Ainda no dia 26 de novembro, depois do cancelamento do terceiro ataque consecutivo às elevações acima de Gaggio Montano, com a renovação das ordens do IV Corpo de tentar mais uma vez a captura de Monte Castello, Mascarenhas formulou uma idéia de manobra que consistia em manter as posições prescritas na Ordem Geral de Operações número 5. A idéia era desferir um ataque marcado para o dia 29 de novembro com a finalidade de apoderar-se de Monte Castello, de onde se poderia proteger o avanço da Task Force 45 sobre as alturas das cotas 1027 e 1053[1].
A perda do Belvedere pelos americanos: contradição entre narrativas
Uma vez que o ataque brasileiro do dia 29 estava condicionado a uma ação combinada da Task Force 45, após a perda do Belvedere pelos americanos, qual o sentido em prosseguir com a operação? Do ponto de vista do IV Corpo, era necessário impedir que o inimigo mantivesse as excelentes posições sobre a estrada 64. A perda dessas elevações facilitaria a continuidade dos esforços brasileiros e americanos, a ser preparada em uma ofensiva após o inverno. Se o novo ataque sobre Monte Castello alcançasse sucesso, Mascarenhas planejava iniciar uma operação de âmbito local, em conjunto com os americanos.
Mas como o Kampfgruppe Stöckel já retomara o Belvedere no dia 28, o ataque do dia 29 foi empreendido em um momento que já não mais poderia ser realizado seu objetivo expresso de utilizar Monte Castello como base de partida para a conquista das cotas 1027 e 1053, em operações a serem lançadas em conjunto com as posições americanas no Belvedere. Neste ponto, há uma gravíssima contradição entre as memórias dos comandantes brasileiros e a documentação americana. As narrativas brasileiras de Lima Brayner e de Mascarenhas de Moraes, escritas depois da guerra, atribuem uma data diferente para a ofensiva do Coronel Stöckel que foi responsável por expulsar a tropa americana da montanha: segundo os oficiais brasileiros, o ataque do Kampfgruppe no setor ocorreu em 11 de dezembro. Por outro lado, veteranos que participaram dos combates remetem expressamente à data correta da retomada do Belvedere pelos alemães – essa discrepância de datas nas narrativas será abordada com mais detalhes na discussão sobre o ataque do dia 12 feita no próximo capítulo.[2]
Assim sendo, segundo a literatura brasileira disponível no pós-guerra, a intenção geral do ataque contra Monte Castello do dia 29 de novembro ainda teria o sentido de cooperar com uma ofensiva mais ampla naquele setor. Na prática, o desdobramento da operação já não seria possível – mesmo assim, Mascarenhas de Moraes insistiu em prosseguir com um quarto ataque, deixando de citar em suas memórias que desde o dia 28 de novembro o Monte Belvedere havia retornado à posse do inimigo, embora cite a retomada do Belvedere no livro original de 1947. Os ataques de 29 de novembro e 12 de dezembro foram, portanto, uma iniciativa exclusivamente brasileira, de âmbito limitado à posse de Monte Castello, não condicionados a possibilidades de aproveitar o êxito em combinação com ataques coordenados partidos de outras elevações.
Topografia
O ataque de 29 de novembro foi a primeira das iniciativas exclusivamente brasileiras de conquistar Monte Castello. Neste combate, seriam empregados em primeira linha o I Batalhão do Regimento Sampaio, no flanco oeste do morro, e o III Batalhão do 11º RI, a leste. Ao contrário dos ataques da Task Force 45 que contaram com o III Batalhão do 6º RI, dois flancos de Monte Castello seriam objetivo simultâneo de um esforço da FEB. Ampliava-se, assim, a área da montanha a ser atacada, ao mesmo tempo reduzindo-se o escopo da operação ao Castello, em oposição aos ataques anteriores, que visavam também o Belvedere. Simplificando, uma área menor de terreno seria atacada por uma quantidade maior de tropa brasileira, a partir de bases de partida diferentes.
A quarta tentativa brasileira de conquistar Monte Castello teria duas bases de partida: uma, para o III/11º RI, na região de Três Casas de Guanella, construídas sobre um pequeno esporão para cima do povoado homônimo.
As poucas casas de Guanella fazem frente com um platô de duas centenas de metros que as separa das fraldas iniciais da cota 887. Um pequeno curso de água corta ao meio o terreno plano e gramado. No final do terreno um barranco de dois metros de altura dá princípio ao relevo que culmina em 887 metros de altura. Para quem observa o Monte Castello a partir de Guanella, o final do platô é delimitado pelas casas de Cá Guidellini à esquerda e ao norte e mais ao sul Lá Cá, pela direita. A cota 887 é o espigão secundário alongado que se junta com a cota 977 e forma a elevação de Monte Castello. É menos volumoso que o maciço principal do monte e projeta-se do norte para o sul, com os dois agrupamentos de casas nas extremidades que fariam frente com o ataque brasileiro.
Do lado que fronteia Lá Cá, o barranco é consideravelmente mais íngreme do que sobre Cá Guidellini, mas ambos, na sua extensão, configuravam excelentes pontos que ofereciam completo domínio visual sobre as encostas oeste e leste de Monte Castello. Uma série de posições mais sumárias havia sido escavada logo nos primeiros metros de terreno para trás das bordas do barranco. Tratava-se de abrigos individuais e espaldões de metralhadoras. Essas defesas leves eram suficientes para garantir a posse alemã da elevação: depois da baixada, o terreno não se prestava ao emprego de blindados, mesmo com alguns flancos do barranco sendo relativamente baixos e fáceis de ser galgados por um soldado com seu equipamento individual. A baixada de Guanella era a via de acesso mais óbvia para o Monte Castello.
A vanguarda dos atacantes era formada pelo I/1º RI (Major Uzeda), operando pela esquerda no oeste; e o III/11º RI (Major Cândido), atuando pela direita no setor leste.
A atuação do I/1º Regimento de Infantaria no combate de 29 de novembro
Na 3ª Companhia do 1º RI, o paulista de Sorocaba Vessio Manelli passou a noite do dia 28 dentro de um foxhole que minava água. Mesmo assim, a exaustão permitiu que o soldado conseguisse tirar algumas horas de sono enrolado em sua manta antes de partir. Aos primeiros raios de sol, sua companhia recebeu ordem de abrir as caixas de breakfast da ração K. Logo depois, por volta das sete, os homens atacavam pelas encostas desnudadas. Pouco conseguiram progredir, tanto em função dos tiros do inimigo quanto pela perigosa proximidade da barragem disparada pela artilharia brasileira. O Capitão Mandim, comandante da companhia, ordenou que seus homens usassem as ferramentas de sapa para cavar abrigos[3].
Logo ao começar a escavação de seu buraco individual, Manelli foi ferido nas costas por um estilhaço. Estava fora de combate, já nos lances iniciais da progressão sobre Fornello. Restava ao soldado a possibilidade de rastejar de volta para a base de partida. Enquanto prosseguia, Manelli era caçado pelas rajadas. Uma delas acabou atingindo-lhe a perna e a região lateral do abdômen, impendido quaisquer movimentos adicionais. O soldado tinha agora uma fratura exposta no fêmur. Manelli girou o corpo para o lado de onde provinham os disparos, tentando ao menos proteger a cabeça com seu capacete de aço. Pouco depois, foi ferido pela terceira vez, por uma bala que atingiu seu peito, destroçando-lhe a placa de identificação. Só podendo contar com a sorte, Manelli permaneceu estirado, as rajadas próximas açoitando o solo e levantando terra que caía sobre seu corpo. “Era como se quisessem me enterrar ali mesmo”, lembrou o soldado. Quando a claridade esmaeceu, um enfermeiro se aproximou para aplicar os curativos de emergência e procurar estancar os ferimentos mais graves. Mas o socorro definitivo só chegou às onze da noite, quando uma equipe de padioleiros conseguiu transportar o soldado de volta para sua companhia e, dali, em um Jeep, ao posto de saúde do I Batalhão[4]. O Capitão Salvador Gonçalves Mandim não teve melhor sorte: foi atingido enquanto liderava o avanço à frente de sua companhia em pleno campo aberto, tendo recebido um estilhaço de morteiro na nuca que expôs sua matéria encefálica. Este ferimento forçou a evacuação do Capitão Mandim para os EUA, onde permaneceu para longo tratamento de reabilitação[5].
A 1ª Companhia do Regimento Sampaio, comandada pelo Capitão Everaldo José da Silva atacou em clássica formação triangular, na disposição de dois pelotões à frente e um à retaguarda. Seu primeiro objetivo eram as casas de Cá Guidellini, situadas cerca de oitocentos metros além da base de partida, segundo recordou Carlos Augusto de Oliveira Lima, que chefiava um dos pelotões de fuzileiros. Em seu relato, o Tenente Carlos Augusto descreveu como, às 07:20 da manhã a barragem da Artilharia brasileira encobriu toda a elevação: “a cinquenta metros de distância não se via nada. Foi uma coisa fantástica, como eu nunca tinha visto!”[6]
“Às oito horas em ponto, eu virei e fiz sinal para os dois sargentos que estavam me olhando e vinham atrás. Eu ficava mais ou menos no meio, entre os três grupos de combate”, lembrou-se o tenente.
Seus homens passaram a avançar rastejando na rala vegetação, colados ao solo na proteção exígua que as dobras do terreno ofereciam. O seu Grupo de Combate da direita, sob o comando do 3º Sargento Jorge Monçores, encontrava-se pouco atrás daquele que avançava pela esquerda, e Carlos Augusto ordenou ao grupo de trás suspendesse o avanço. Aproximando-se ao alinhamento do grupo da direita, o tenente chamou seu sargento orientador, instruindo-o para que transmitisse a ordem para que progredisse de forma a alcançar o grupo da esquerda. Carlos Augusto narrou o breve diálogo em um dos mais impressionantes relatos sobre o ataque de 29 de novembro contido nas entrevistas da História Oral do Exército Brasileiro na Segunda Guerra Mundial:
“Edmar, vai lá e diz para o Monçores avançar com o grupo dele, mostra para ele, manda-o avançar”
“O Edmar era um desses camaradas magros que só têm pele e osso, mas com uma força terrível. Ele disse assim: ‘tá bom tenente, é isso aí’. Passou o fuzil que estava a tiracolo para trás, pegou a mochila e ‘se arrancou’, rápido. Devia ser uns duzentos metros de onde estávamos. Ele chegou lá e, daqui a pouco, vi o grupo avançar, e, assim, fomos até esse ponto, C. Vitelline (sic) […] Aí, veio o Edmar e disse: ‘tenente, o Monçores morreu. Morreram ele, o fuzileiro atirador e os dois remuniciadores.’ Eu me aproximei e vi o que acontecia: todo mundo chorando, chocados com a morte dos companheiros. O Edmar havia pegado a metralhadora .30 refrigerada a ar, dispôs a munição, de dois cunhetes, em volta de si, e comandou: ‘pelo outro lado, grupo, comigo!’. E se arrancou. Assim que ele chegou a C. Vitelline (sic) o grupo o acompanhou. Ele se mostrou para o grupo de combate, tomou a iniciativa. Foi um chefe, um sargento de grande valor.”
“Quando a tropa avançava, as metralhadoras inimigas começavam a atirar de dentro de casamatas muito bem preparadas com concreto [de acordo com o relatório elaborado após a conquista do Castello, poucas fortificações foram efetivamente reforçadas com concreto]. Os alemães são muito bons soldados. O cruzamento de fogo que eles faziam com as metralhadoras era uma coisa incrível, não dava para passar de jeito nenhum. As posições de tiro se apoiavam e criavam uma barreira de fogo. As casamatas tinham seteiras, janelas pequenas, de onde os alemães atiravam. Cada posição defendia a outra e para sobreviver a esse fogo tinha que se conhecer, em detalhe, como tirar proveito do terreno, no chão mesmo.”
“O Capitão Everaldo se aproximou de nós, porque havíamos parado eu e todo meu pelotão, por causa do fogo das metralhadoras. O outro pelotão do ataque também havia parado. Nisso, vi um carro de combate norte-americano vir na direção do meu pelotão – eu não sabia, mas havia atrás de nós um pelotão de carros de combate norte-americano. O carro de combate é bom por um lado, pelo apoio de fogo, mas, por outro, atrai o fogo da artilharia inimiga. Passou a cerca de uns trinta metros de mim e parou um pouco na frente sem saber o que fazer. Mostrei a situação ao Capitão Everaldo:
-Capitão, olha aí, o pelotão está detido, não dá para avançar. Quem levantar a cabeça está morto.
-O Hermes também está parado lá… Não dá. Eu vou manobrar com o 3º Pelotão que está atrás. Aguenta aí.
(…)
-Capitão, parece que estou vendo uma seteira naquela casamata. O senhor não está vendo?
Era uma distância de duzentos ou trezentos metros; a seteira era bem pequena, atrás de um barranco. Eu tentei sinalizar, mostrar para ele, perto de uma árvore pequena.
-Eu estou vendo, Carlos Augusto. Fica quieto aí que vou falar com o tanque – respondeu.”[7]
O Capitão Everaldo então correu até o blindado americano, e, pelo telefone, solicitou um disparo com o canhão 75mm do Sherman. O primeiro tiro saiu um pouco alto e ao lado da seteira. Everaldo então orientou: “two fingers left!”
“Foi uma coisa incrível”, contou o Tenente Carlos Augusto. “Parecia um pequeno vulcão, voou madeira e pedaço de gente, porque pegou no oco da casamata. Em seguida, o pelotão arrancou, sem esperar minha ordem. Foi um avanço geral. O grupo de combate que vinha atrás avançou também e todos passaram por sobre as casamatas – que não eram cobertas. Foi uma mortandade. Morreu um pouco de tropa alemã ali, na hora. E o pelotão avançou mais, passou por Cá Vitelline (sic), desceu uma dobra, e subiu naquele contraforte do outro morro. Ali parou também, porque havia outra linha de defesa alemã.”[8]
Com este avanço, o 3º Pelotão da 1ª Companhia do Sampaio cortou a frente do pelotão de Carlos Augusto e progrediu para adiante. O tenente começara o dia com quarenta e três homens sob seu comando, dos quais perderia dezoito até o cair da noite, quando a tropa ainda permanecia a cerca de um quilômetro e meio até o ponto culminante do Castello. Com o alvorecer, os homens começaram a cavar abrigos, que foram abandonados com a ordem de retraimento emitida pelo comandante da operação, o General Zenóbio da Costa.
Entre os mortos do I Batalhão do Sampaio, houve casos como o de um soldado que se arriscou ao incentivar os companheiros durante a progressão: Francisco de Paula Moura Neto foi abatido por uma rajada que lhe rasgou o peito e o baixo ventre, enquanto avançava à frente de seu grupo de combate com seu Springfield[9]. “Pela primeira vez vi pedaços de carne humana pelo espaço”, recordou José Souto Maior, 3º Sargento comandante de um grupo de combate da 1ª Companhia.[10]
Na 2ª Companhia de Fuzileiros, o 3º Sargento Severino Gomes de Souza comandava um grupo de combate: “progredimos, talvez, uns trezentos, quatrocentos metros até C. Guanella e ali tivemos que parar barrados pelos morteiros, pelas metralhadoras alemães e também porque nosso efetivo já estava muitíssimo reduzido”, relatou aos entrevistadores da História Oral do Exército Brasileiro.[11]
“O meu comandante de companhia foi atingido por um deslocamento de ar de uma bomba que fulminou um atirador nosso, um soldado que conduzia a arma automática: caiu uma granada, estraçalhou o soldado e espalhou miolos e pedaços de carne! O sargento-auxiliar do meu pelotão foi atingido e teve os intestinos à mostra, não pôde prosseguir; o sargento-orientador foi detido, ainda lá atrás, não pôde continuar; em suma, a companhia estava dizimada ao entardecer do dia 29 de novembro”.[12]
Também na 2ª Companhia, o 3º Sargento Silas de Aguiar Munguba testemunhou o arrefecimento moral de seu comandante de pelotão, que hesitava em arriscar as vidas seus subordinados: o tenente se recusou a cumprir a ordem de avanço, no que foi substituído por outro oficial após o capitão arrancar-lhe as insígnias perante os olhos de todos os soldados presentes. Ao avançar sob a liderança deste novo oficial, o Sargento Silas, já com três feridos sofridos ao deixar a base de partida, conseguiu ocupar uma casa no setor de avanço da 2ª Companhia sobre Guanella. Neste ponto, seu grupo de combate estancou a progressão, apesar de acrescido de elementos de outros grupos.[13]
Um dos padioleiros do Regimento Sampaio, Wilson Pedro Speridião, lembrou-se de um dos principais fatores de baixas entre a infantaria brasileira que tentou escalar o morro: “impressionado fiquei com um tipo de bomba, não lembro o nome, usada pelos nazistas. Para se ter uma idéia, basta dizer que ela explodia no ar e numa área de 150 metros e fazia chover estilhaços de metal incandescentes, provocando estragos, causando pânico, mortes e ferimentos graves.”[14]
[1] Relatório da 3ª Seção da 1ª DIE.
[2] No Tomo 7 da História Oral do Exército na Segunda Guerra Mundial, o veterano José Guimarães Barreto cita o dia 29 como data do contra-ataque inimigo ao Belvedere.
[3] Vidal, P. Heróis Esquecidos. Rio de Janeiro: GRD, 1960.
[4] Vidal, P., op. cit..
[5] Salvador Gonçalves Mandim, entrevista. São Paulo, 1996.
[6] Carlos Augusto de Oliveira Lima, Hitória Oral do Exército, tomo 2, p. 150.
[7] Carlos Augusto de Oliveira Lima, Hitória Oral do Exército, tomo 2, p. 150-152.
[8] Carlos Augusto de Oliveira Lima, Hitória Oral do Exército, tomo 2, p. 152.
[9] Vidal, P., op. cit.
[10] Souto Maior, J. História Oral do Exército, tomo 2, p. 298.
[11] Gomes de Souza, S. História Oral do Exército, tomo 2, p. 239.
[12] Gomes de Souza, S., op. cit., p 240.
[13] Munguba, S.A. História Oral do Exército, tomo 2, p. 92.
[14] Pacheco, M., op. cit. Embora não cite o nome, Wilson está fazendo alusão ao “shrapnel”, tipo de granada que explode durante a trajetória no ar com mecanismo de tempo, originada dos experimentos realizados pelo oficial de artilharia britânico Henry Shrapnel, no século XVIII. No jargão da FEB, o explosivo e os estilhaços ficaram conhecidos pela corruptela de “sirape”.
Top bom demais,Obrigado pelas informações
Excelente a pesquisa e analise dos combates em Monte Castelo, Um trabalho realmente de quem entende do assunto. Parabéns Cesar!